segunda-feira, 6 de abril de 2009

George V

Era um sábado, dia 21/04/2007. No Brasil, certamente, as lembranças e homenagens ao líder da Inconfidência Mineira, Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), grande mártir da independência do nosso país, enforcado no dia 21/04/1792, no Largo da Lampadosa, Rio de Janeiro, estavam acontecendo. Do outro lado do Atlântico, vivia o meu último final de semana de gozo das minhas bem aproveitadas férias. George V, quase em frente a Louis Vitton, na Champs-Elysées. Exatamente! Paris. Mrs Gerard Hostein, um francês da região da Alsacia-Lorena (A França, no final do século XIX, perdeu a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. Em 1017 a Alemanha devolveu à França a região da Alsácia Lorena, pagando, ainda, os prejuízos da guerra dos países vencedores.), e eu, por volta das 11h tomávamos um café, quando, de repente, um garçom deixou um copo de cerveja cair na mesa e no turista oriental que estava assentando tranquilamente lendo seu novo livro, mas que naturalmente já havia deixado o pagamento da conta na mesa. Em França e muitos outros países, as mesas nas calçadas são servidas e o garçom traz o seu pedido e a conta de uma só vez, mesmo que haja pedidos sucessivos. Bom, voltando ao banho de cerveja, um outro garçom imediatamente recolheu o pagamento e o que derramou a bebida mais ou menos limpou a mesa molhada. O turista molhado aguardava um pedido de desculpas. Nada, nem uma palavra. O turista chamou o garçom e nada conseguiu resolver, até que apelou ao gerente, que também fez que não tinha nada haver com isso. O desdém foi total. O turista oriental? Continuava molhado e o seu livro também, sem um pedido de desculpas ou qualquer manifestação no sentido de que seria ressarcido de sua perda. Mrs Hostein, que a tudo acompanhava atentamente, terminou de tomar o seu café, levantou-se e foi direto ao encontro do gerente. Identificou-se como cidadão francês e disse que a casa deveria dar completa atenção ao turista, porque a forma de tratamento que ele havia presenciado estava digna de vergonha, de indignação e que não concordava com tal atitude e que a França não merece ser vista assim. Solução? O gerente determinou o reembolso do livro danificado do turista, mas infelizmente o pedido de desculpas não foi feito. O turista, claro, foi embora desiludido e o Mrs Hostein indignado continuou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário